sábado, 23 de março de 2013

Carminho no Coliseu do Porto / 2012


Carminho
Coliseu do Porto


Silêncio que vai cantar Carminho.

Considerada a grande revelação do fado contemporâneo, Carminho esgota salas por onde actua. O mítico Coliseu do Porto não fugiu à regra.

Minutos de silêncio antecedem o seu aparecimento por de trás das enormes cortinas do palco do Coliseu. No palco, a acompanhar um trio de cordas composto pela tradicional guitarra portuguesa, viola clássica e viola baixo. Mas o cenário prometia mais, muito mais que este simples trio de cordas.

Da plateia, ouviu-se uma enorme ovação para a menina de Lisboa, que veio encantar a invicta. Foram 23 os temas que fizeram parte de um alinhamento bem estruturado, com os seus melhores temas, de uma ainda curta mas promissora carreira.

Lágrimas do Céu, Malvarosa, As Pedras da Minha Rua, Voltar a Ser e Folha, são as primeiras a se ouvirem.

Apagam-se as luzes do palco, só uma luz incide sobre Carminho que promove uma interessante conversa com o público. Agradece aos seus fãs do norte pela presença em grande número.

De novo luzes no palco e qual surpresa para a composição de músicos em em palco. Desta vez, surgem três violinos e um violoncelos a acompanhar o acima mencionado grupo de cordas a que também se juntou uma bateria. O que iria surgir, era improvável (confessaram alguns fãs à saída do espectáculo).

Carminho nasceu em Lisboa, em uma família marcada pelo fado. Sua mãe é a fadista Teresa Siqueira. Desde a infância que Carminho é acompanhada pelo fado, muito por influências da mãe, como a própria o confessou. Os encontros com o  fado na sua casa eram diários, onde podia ouvir os discos da "lenda" do fado português Amália Rodrigues, Lucília do Carmo e Fernando Maurício, entre outros... 

Voltando às influências, foi com Teresa Siqueira, sua mãe, que surgiu o momento mais alto da noite no que diz respeito a emoções. Sim, a sua mãe surgiu em palco para surpresa de todo o Coliseu. Surgiu a segunda maior ovação da noite, e diga-se que merecida. Carminho, simplesmente sentou-se num pequeno palco secundário a "admirar" a sua "fonte de inspiração".... Mãe e filha abraçam-se de forma emotiva. A música tem esta capacidade, a de unir gerações.... Senhora da Nazaré foi o tema que se ouviu. Este, foi o primeiro fado que Carminho aprendeu se sua mãe.

A fadista depois de mais alguns temas, retira-se do palco pela primeira vez. Estava visto que iria regressar, pois não se havia "despedido" do seu público com a tradicional vénia. Não demorou mais que dois minutos e já todos os músicos estava nos seus lugares. Carminho canta Marcha de Alfama e Escrevi Teu Nome no Vento. E termina, como é habitual em espectáculos do género com um corridinho Meu Amor Marinheiro. Terminado este, já se iniciava a debandada dos fãs, que tiveram que regressar aos seu lugares ( e valeu bem o esforço), Carminho surpreende tudo e todos ao cantar um fado sem microfone e instrumentos que a acompanharam durante o concerto. Somente a voz da fadista. 

O silêncio foi absoluto. A sua voz poderosa preencheu toda a sala de espectáculo. Se duvidas houvessem quanto à capacidade da sua voz, ficaram todas dissipadas com este momento. É casa para dizer "Ahhh Fadista".

Carminho revolucionou o cenário musical do seu género, desde a publicação de Fado Português em 2009, o seu álbum de estreia. Conhecida e apreciada além fronteiras, muito pelo dueto com Pablo Alborán no single Perdoe-me (primeiro single em acústico do cantor e compositor espanhol). Caminho a 6 de março de 2012 apresenta Alma, o seu segundo álbum, que foi direto para o número 1 na lista dos mais vendidos em Portugal e Espanha. Lugares altos, incomum em um disco com profundas raízes no fado.



































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